"Tudo é artificial, uma vez que a Natureza é a arte de Deus"

Thomas Browne

A transferência embrionário equina (TEE) consiste numa técnica de reprodução assistida, na qual um embrião (com 7 dias) é recolhido da égua progenitora e transferido para uma égua receptora, aquilo que os especialistas comparam a uma barriga de aluguer. Um aspecto que atrai os criadores equinos para a utilização deste método é o facto das éguas dadoras poderem permanecer em competições e seus respectivos treinos, e ainda produzir um novo ser sem o "transportar" durante os onzes meses de gestação.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Grupo III em movimento...

Na próxima sexta-feira, dia 23 de Abril de 2010, o nosso grupo vai realizar uma saída de campo à Clínica de Vairão, em Vila do Conde. Com esta saída o grupo pretende visualizar toda a tecnologia de ponta que é utilizada no âmbito das Transferências Embrionárias Equinas, todos os processos que envolvem o tema (TEE)e realizar um vídeo (documentário) que fará parte da execução do projecto final do grupo.
Igualmente digno de destaque é o facto de o grupo poder abordar o tema com outros veterinários especializados e desta forma passar ao público em geral, que visita o nosso blogue, novas informações que estão constantemente a surgir no mundo da Medicina Veterinária. A razão de visitarmos esta clínica e não outra é o facto de ser a única no norte do país a prestar serviços à comunidade na área de reprodução de cavalos, embriologia e manipulação de gãmetas. O ICBAS (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) investiu mais de 100 mil euros na melhoria das instalações e na aquisição de tecnologia de ponta para equipar a Clínica de Vairão, dotada de sala de cirurgia e de laboratório nas áreas de reprodução de cavalos, embriologia e manipulação de gamêtas. O grupo pretende alcançar sucesso no trabalho a realizar durante o dia de amanhã que será como uma "rampa de lançamento" para a realização do projecto final.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Transferência de Embrião




Transferência de Embrião
 Pode ser realizado cirurgicamente ou não
 O procedimento não cirúrgico envolve a deposição transcervical do embrião, através duma metodologia semelhante à utilizada durante a I.A. (Inseminação Artificial)
 O procedimento cirúrgico é realizado através duma laparotomia a nível do flanco, com o animal em estação, sob o efeito dum sedativo e anestesia local
 O embrião é depositado directamente no lúmen uterino.

Recolha de Embriões



Igualmente digno de destaque é o facto de como é feita a recolha de embriões.

Recolha de Embriões
 Processo transcervical, não cirúrgico, realizado entre os dias 7-8 pós-ovulação (nem cedo demais, nem tarde demais)
 Fêmea dadora em baia, assépticamente preparada
 Realiza-se um flush uterino de 1000 a 1500 ml, repetido 3 vezes
 Fluído utilizado contendo soro de vitelo fetal e eventualmente AB
 O fluído é recolhido directamente para cilindros graduados, ou é passado por um filtro específico com cerca de 70-75 m de porosidade
 No mínimo 90% do fluído introduzido deverá ser recolhido
 O fluído recolhido nos cilindros é cuidadosamente filtrado
 Por fim os embriões são “lavados” 3-6 vezes, num meio contendo 10% FCS.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sincronização de Ovulação

A sincronização da ovulação é um aspecto de elevada importância na transferência embrionária equina, devido ao facto de haver necessidade da égua receptora ovular de um dia antes a dois dias depois da égua dadora. Como exige sintonia entre os ciclos reprodutivos de ambas as éguas, torna esta fase fulcral para a concretização da transferência com êxito.

Sincronização de Ovulação
 É um aspecto mais difícil de concretizar do que na vaca.
 Idealmente a receptora deve ovular de 1 dia antes a 2 dias depois da dadora.
 O uso progestagéneos e de prostaglândinas é de particular importância.
 Administração de prostaglândinas com 14 dias de intervalo, ou apenas uma administração se houver certeza da existência de um Corpo Lúteo funcional. As receptoras devem ser medicadas 1 dia depois da dadora.

As fêmeas injectadas devem ter folículos de dimensões semelhantes:
 Progestagéneos oralmente (Regumate) durante 14 dias, seguidos de PGF2.
 Progesterona + estradiol 17 durante 10 dias seguidos de PGF2. Com a administração de hCG, na presença de um folículo com 35 mm, 70-75% das éguas irão ovular 10-12 horas após o tratamento.
 Se a utilização de éguas ovarectomizadas for uma hipótese, evitam-se os problemas de sincronização de cio.

Selecção de Receptoras

Poderão surgir dúvidas relativamente à escolha de éguas receptoras.

Selecção de Receptoras
1) Éguas novas (3-10 Anos)
2) Ciclicidade reprodutiva normal
3) Sem história de problemas reprodutivos
4) Preferencialmente de maior tamanho que a égua dadora
5) Historial de boas lactações e “boa mãe”

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Selecção de Éguas Dadoras

Em volta da transferência embrionária surge diversas questões no que diz respeito à selecção de éguas dadoras. E por isso passamos a referir como é feita essa selecção:

Selecção Dadoras
1) Utilização de éguas subférteis
 Éguas que após ficarem gestantes sofrem morte embrionária
 Éguas com fibrose periglandular endometrial
 Éguas com quistos endométricos
 Éguas com lesões cervicais irreparáveis
 Éguas que habitualmente sofrem abortos inexplicáveis

2) Exploração de éguas com qualidade superior
 Permite uma égua ter mais que um potro por ano
 Permite uma égua ter descendência ainda que muito nova (2 anos)
 Aproveitar uma égua que tenha parido muito tarde

3) Maneio Reprodutivo de éguas em competição
 Permite que a égua dadora se mantenha em competição não necessitando de parar por 1 ano